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Gestão de Pessoas

Nunca, como hoje, as pessoas ficaram tão pouco tempo nas empresas

24 Abril 2024

Vasco Rosa Pires é consultor empresarial, fundador da VR2P, e a sua experiência leva-o a afirmar que «nunca, como hoje, as pessoas ficaram tão pouco tempo nas empresas», apontando como uma das fórmulas para contornar este desafio, a habilidade para incentivar os colaboradores de várias gerações a ensinarem e a aprenderem, «num processo dinâmico e bidirecional».


Esta reflexão foi partilhada com o sector durante os Talentum Days, organizados pela CEFAMOL, tendo juntado outros profissionais nos diferentes debates.


Fernando Vicente, da Somema, afirma ser «difícil acompanhar (sobretudo financeiramente), a progressão das pessoas, porque a rentabilidade do negócio não é como era», considerando ser necessário que as empresas consigam «jogar um jogo de xadrez, de forma a cativar os colaboradores, imaginando e usando outro tipo de medidas que os compensem e façam sentir vontade de ficar».


(Manuel Oliveira [CEFAMOL], Vasco Rosa Pires [VR2P], Pedro Conde [Fozmoldes] e Fernando Vicente [Somema])


O salário emocional, conceito que tem conquistado cada vez maior relevância na indústria (no campo da investigação em recursos humanos já existe muito trabalho realizado), é muitas vezes apontado como uma estratégia a considerar para manter os trabalhadores nas organizações. Mas há um senão: «só faz sentido pensar em salário não monetário se o dinheiro não for, para o trabalhador, a questão principal». Este é o ponto de vista de Patrícia Ervilha, consultora de recursos humanos. «Os trabalhadores têm de ter garantidas as necessidades básicas antes de pensar noutro tipo de regalias».


Outra dimensão não monetária a que as empresas recorrem no âmbito da valorização dos seus recursos humanos é a organização de atividades de team building. Patrícia Ervilha volta a afirmar que «realizá-las só porque todos o fazem não acrescenta valor à empresa», enfatizando que as mesmas fazem mais sentido se se integrarem no espírito da cultura das equipas».


Filipa Queimado, gestora de recursos humanos na MD, considera fundamental auscultar os colaboradores através de questionários, por se tratarem de instrumentos que «ajudam a apontar caminhos e definir estratégias». É assim que é possível «sentir a organização e perceber o que está a pedir», quais os anseios das pessoas e como melhor se lhes responde. Rita Silva, da Goldpet, entende que este acompanhamento das pessoas é fundamental, mesmo não sendo possível criar um modelo one-size-fits-all.


Pesando toda a volatilidade que atinge a indústria, Artur Ferraz, consultor de recursos humanos, adverte para a necessidade de estabelecer uma estrutura organizada, sem a qual a gestão de pessoas não consegue desempenhar o seu papel. Sendo as equipas de recursos humanos a peça-chave para chegar às pessoas e dar-lhes as respostas que necessitam, é necessário que tenham autonomia e poder de decisão.


(Artur Ferraz [IBC], Rita Silva [Goldpet], Filipa Queimado [MD Group] e Patrícia Ervilha)