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Opinião

RAMADA: «Considerando a aplicação, a seleção do aço-ferramenta tem um papel determinante»

16 Novembro 2023

“De forma a cumprir as exigências de qualidade da peça plástica e assegurar a produção necessária, é preciso a correta seleção do aço de acordo com a aplicação final e com todas as respostas que se espera do aço e do molde”.


Quem o afirma é Ângela Martins, Gestora de Produto da Ramada, acrescentando que “existe uma grande diversidade de aços e ligas, cada um com um conjunto de características e propriedades diferentes e que por isso os tornam mais adequados para cada aplicação”. Como exemplo, refere que “as exigências da indústria médica, automóvel e alimentar são distintas, e mesmo dentro de cada sector, dependendo do tipo de peça que se pretende produzir, as necessidades são diferentes”.


O mercado português, “apesar de ter uma componente predominantemente direcionada para a indústria automóvel, é muito rico no que diz respeito à diversidade de moldes de injeção de plástico que produz”, citando, a título de exemplo e entre outros, os projetos para “peças óticas ou com textura, para plásticos com agentes corrosivos na injeção (p.e. PVC), para plástico altamente reforçado com fibra de vidro ou para peças de pequena a grande dimensão (desde cateteres para a indústria médica a bumpers para automóveis)”.


“A seleção do aço e ligas influencia severamente a performance e longevidade do molde, a qualidade da peça produzida e, consequentemente, os custos associados.”


Falando especificamente do sector de moldes, conta que, “em muitos projetos vemos o end user (p.e OEM) ou tool user (empresa de injeção) a especificarem o aço e ligas que pretendem para o projeto. Esta especificação pode ser abrangente (em que apenas indicam a norma do aço a usar) ou bastante detalhada (mencionando marcas de determinados produtores)”. Mas, adianta, “os tool makers ou moldistas, em alguns projetos, determinam o tipo de material a usar, ou dentro do indicado pelo cliente, aconselhando-se com os fornecedores de aço sobre a melhor opção para o projeto em questão”.


Esta forma de atuar é importante, no seu entender, uma vez que “o know how e a experiência são fatores-chave na seleção do melhor material e tratamento térmico para uma determinada aplicação”. Por isso, sublinha, “acreditamos que a formação técnica é determinante para quem trabalha o aço nas diferentes fases do processo” tendo a Ramada, por isso, desenvolvido, há cerca de sete anos, a Academia Ramada.


Neste projeto, conta, “desenvolvemos ações de formação para a nossa comunidade cliente, de forma a prestarmos o nosso apoio técnico e know how quer sobre o produto, quer sobre o tratamento térmico. Paralelamente, vamos também promovendo seminários técnicos e diversas reuniões de discussão técnica nas fases preliminares dos projetos”.


“Acreditamos que é essencial trabalhar de perto com o cliente desde o início do projeto e dar-lhe meios para essa cooperação, na medida em que o aço e o tratamento influenciam significativamente a performance do molde”.



EXIGÊNCIA

“A exigência do mercado e dos consumidores está em constante evolução, pelo que toda a cadeia também tem de acompanhar estas tendências”, defende Ângela Martins, afirmando que, “por um lado, vemos plásticos cada vez mais aditivados, com elevadas percentagens de fibra de vidro, retardadores de chama, entre outros. Por outro lado, as exigências ao nível do polimento, textura, tempos de ciclo também são mais elevadas”.


Neste contexto, “a seleção do aço e tratamento térmico são determinantes”, por isso, explica que “a Ramada trabalha com fornecedores que produzem materiais mais avançados e soluções diversificadas de forma a garantirem alternativas com uma melhor temperabilidade, capacidade de polimento e textura, e menor risco de defeito, o que é essencial onde a gestão de tempo adquiriu um papel preponderante na nossa atividade”.


Um outro aspeto da indústria de moldes diz respeito ao fabrico aditivo. Neste caso, considera que “o fabrico aditivo com pós metálicos tem como principal aplicação o tooling, permitindo entregar soluções únicas no mercado (com aumentos de produtividade e eficiência consideráveis)” e, “apesar de não ser ainda uma área no foco da inovação e desenvolvimento, estas soluções já são bastantes percetíveis no mercado português”. “A tendência será claramente um investimento neste sector”, defende.


Mas não só. Um outro aspeto que tem assumido grande protagonismo nos últimos tempos diz respeito à redução da pegada carbónica. Ou o designado ‘aço verde’. Para Ângela Martins, “a verdade é que muitas siderurgias estão ainda a iniciar o seu caminho no que diz respeito à sustentabilidade ambiental, contudo será um percurso inevitável na Europa”.


“A Europa está a desenvolver ações de forma a incentivar e direcionar neste sentido”, mas adverte que “é importante destacar que já existem algumas siderurgias que vinham a apostar na produção com neutralidade climática”. Aponta como exemplo a Uddeholm. “Parceira do Ramada desde 1945, tem, neste momento, 100 % da eletricidade livre de emissões de CO2, e os seus produtos possuem entre 84-98 % de material reciclado”.


Ângela Martins refere ainda que “na Ramada, face à nossa experiência, acreditamos que o conhecimento sobre os produtos e os serviços é determinante em todas as equipas. Apostamos na nossa equipa, e importa destacar que quando dizemos ‘nossa’ referimo-nos não só à equipa técnica da Ramada, mas também aos nossos clientes. Somos todos uma equipa e por isso é determinante esta colaboração e partilha.”