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FOZMOLDES: O caminho passa por ter menos empresas, com maior dimensão, para ter peso no mercado

02 Fevereiro 2023

É com uma visão alargada de todo o sector que Pedro Conde, da Fozmoldes, faz um balanço do ano de 2022. E este foi, na sua opinião, “uma deceção”. E com isso não se reporta à atividade da sua empresa que foi, explica, bastante positiva. A razão que aponta é outra: “os problemas criados pela Covid-19 nas cadeias de distribuição, a nível mundial, abriam uma boa perspetiva para uma maior fixação de negócio na Europa, o que não se veio a verificar”. Ou seja, salienta, “as boas intenções esfumaram-se rapidamente e nós, fabricantes de moldes, temos a nossa quota de responsabilidade ao não conseguirmos proporcionar condições suficientemente competitivas aos nossos clientes”.


Vai ainda mais longe ao considerar que a guerra na Ucrânia “veio comprometer um ano que apresentava, nos primeiros meses, sinais positivos de retoma”. As consequências da guerra, considera, enumerando questões como “o aumento do preço dos aços e a sua escassez”, obrigou, na sua ótica, “a uma ‘ginástica’ das empresas, alertando também para a necessidade de alargar o leque de fornecedores”.


Para Pedro Conde, existiu ainda uma outra razão a agudizar ainda mais a situação das empresas em 2022. “Depois de dois anos de pandemia e consequente diminuição do volume de negócios, quando a indústria voltou a arrancar ‘percebeu-se’ que parte da capacidade existente tinha desaparecido – a pequena empresa fornecedora de serviços ou o empresário em nome individual fecharam, reformaram-se, etc. Foram milhares de horas/máquina que desapareceram ou deixaram de estar disponíveis no mercado”.


Esta situação, defende, “alertou as empresas para a necessidade de deixarem de depender de entidades externas para algumas operações que, apesar de consideradas menores, levam ao atraso dos projetos”. Na sua opinião, “uma indústria global como a dos moldes necessita que as empresas estejam também no mercado global ao nível dos seus fornecedores de matérias-primas e serviços, de modo a poderem dar uma boa resposta aos seus clientes”.



GANHAR ESCALA

A solução para esta limitação da indústria nacional de moldes resolve-se, no seu entender, encontrando formas de as empresas ganharem escala. “A indústria de moldes em Portugal está a sofrer uma transformação do tecido empresarial (fusões/aquisições) que tem de ir mais fundo”, considera, defendendo que “o desequilíbrio de forças entre fabricantes de moldes e clientes é colossal (pequenas empresas vs multinacionais), levando à imposição de condições cada vez mais penalizadoras e que põem em risco o modelo de negócio que existiu ao longo das últimas décadas”.


Por isso, a seu ver, o caminho passa por “ter menos empresas e de maior dimensão, se queremos ser competitivos e ter ‘peso’ no mercado em que trabalhamos”.


No seu ponto de vista, “cada empresa deve fazer essa análise, de modo a tentar perceber se está em posição de agregar à sua volta ou de ser agregada”. E é nesta lógica que olha para o ano de 2023. Este, salienta, constitui “uma oportunidade para as empresas definirem o que querem ser e como se vão posicionar no mercado nos próximos anos”.


Direcionando o seu foco para a sua empresa e tendo em conta as perspetivas de alguns clientes e fornecedores, considera que 2023 “será um ano positivo em termos de volume de trabalho”.


É que, enfatiza, “a indústria de moldes portuguesa continua a gozar de boa reputação internacional”. Adverte, no entanto, que “o negócio mudou significativamente e as empresas precisam de criar condições para que se mantenham competitivas nesta nova realidade”.