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Moldoeste aposta na sustentabilidade para alcançar eficiência

18 Setembro 2023

Olhar a sustentabilidade como prioridade é fundamental para alcançar a eficiência. E esta passa pela redução do tempo de fabrico, a redução de custos – particularmente do desperdício –, mas passa também por servir bem os clientes, trabalhar em conjunto com os parceiros e fornecedores, e respeitar a concorrência. É desta forma que Valdemiro Teixeira, da Moldoeste, sintetiza a questão da sustentabilidade que, no seu entender, assume particular complexidade, num momento em que o mundo vive um estado de pós-pandemia de Covid-19 e a Europa se tenta preparar, quase diariamente, para as consequências da guerra na Ucrânia.


“As empresas têm de lidar com as consequências diretas destas duas situações”, acentua, exemplificando com o aumento exponencial da inflação e dos preços, em geral, mas sobretudo os da energia e das taxas de juro. Ou seja, “falar com rigor sobre a questão sustentabilidade empresarial só se estivermos munidos de uma bola de cristal porque, na atual situação, é muito difícil prever o futuro, até mesmo num curto prazo”.


Por isso, considera que é necessário juntar a palavra ‘resiliência’ para se pensar na questão da sustentabilidade aplicada às empresas. “Os fabricantes de moldes têm uma longa escola no seu percurso, neste campo da resiliência”, enfatiza, considerando que para conseguirem singrar neste caminho, as empresas têm, cada vez mais, de valorizar as suas pessoas pois estas são “imprescindíveis a uma estratégia de sucesso”.


“A continuidade das empresas passa por encontrar formas de melhorar, de uma maneira geral, a sua performance e a sua comunicação”, defende, considerando que “é necessário colocar com destaque a questão da sustentabilidade numa visão alargada do negócio, contemplando, entre outras questões, os seus riscos e oportunidades”. Mas, salienta, “nada disso serve sem pessoas: é fundamental que estas se sintam motivadas e esclarecidas, de forma a priorizarem a estratégia da empresa”.



Ambiente e pessoas

Destacando as questões ambientais, é “imperioso” reduzir o desperdício e fazer um trabalho de qualidade. Ao mesmo tempo, diz ser fulcral reduzir os tempos de fabrico e aumentar a rentabilidade dos equipamentos.


“Tudo isto, em conjunto, acaba por ser, afinal, o caminho para a sustentabilidade”, considera, frisando que “uma boa equipa faz um bom trabalho, um bom trabalho deixa os clientes satisfeitos, um cliente satisfeito traduz-se em novas encomendas e isso é o que permite encarar o futuro com esperança e otimismo”, sustenta.


O mundo, salienta, “apesar das enormes mudanças geopolíticas, está cheio de oportunidades e nós só temos de as encontrar”. Para isso, “é preciso que as empresas estejam atentas e corram atrás dessas oportunidades”. No seu entender, a indústria de moldes “sempre soube reinventar-se e esta será mais uma longa batalha que vai ter pela frente”, mostrando-se convicto de que se trata de uma batalha que “vamos acabar por vencer”.


Destaca como imperioso que as empresas consigam avançar com a certificação da sua pegada ecológica. No caso do grupo que representa, adianta, essa questão está a ser trabalhada e acautelada, quer na unidade de plásticos, quer na unidade de moldes. “Isto vem dotar-nos de um nível de rigor enorme e alcançá-lo tem, naturalmente, custos”, explica, defendendo que é preferível apostar, o mais cedo possível, neste tipo de medidas do que, mais tarde, tentar correr atrás de soluções para as necessidades dos clientes.


Para além do nível ambiental, as finanças da empresa têm de estar também alinhadas com a estratégia de sustentabilidade. “O controlo de custos é essencial”, sublinha, exemplificando que, no seu caso, “este é um processo em curso e, para isso, temos ferramentas de controlo”. Volta, contudo, a enfatizar que as ferramentas, por si só, não são a solução: “é preciso pessoas: essas, sim, são a chave do sucesso. Se estas não forem e não se sentirem motivadas, as tecnologias podem servir para melhorar os processos, mas não alcançarão os resultados pretendidos”.


As tecnologias, sustenta, “servem para melhorar os processos e não para controlar as pessoas: as pessoas é que controlam as tecnologias. Esta questão está cada vez mais subjacente e temos de conseguir fazer com que todos dentro da organização sintam isso”. No entanto, enfatiza, “face às atuais adversidades que o mundo enfrenta, a mudança não é fácil”.


Falando do Grupo Moldoeste, conta que, desde sempre, “as questões ambientais e esta procura de ser sustentável têm sido uma das nossas prioridades, a par com, a nível financeiro, a cautela e o rigor com os investimentos que fazemos”.


“Procuramos fazer bem com o mínimo custo possível e causando o mínimo dano à empresa e à sua envolvente”, destaca. Exemplifica, a esse nível, com o caso das instalações onde, atualmente, se encontram. Desde 2018, no planeamento do edifício, relata, ficou prevista a instalação de painéis solares que só este ano serão colocados. No seu entender, “é fundamental, em tudo o que fazemos enquanto empresas, tentar planear o máximo possível no futuro, mas dar os passos apenas no tempo certo”.



Mudanças

“Este é o caminho que estamos a trilhar, procurando envolver todos: desde clientes, fornecedores, funcionários. Todos os players têm de estar envolvidos e temos de desenvolver um trabalho de parceria com todos”, explica.


Para Valdemiro Teixeira, não pode dissociar-se a questão ambiental da financeira e da social: só com a articulação das três se assegura a sustentabilidade de uma empresa. “Com a crise económica mundial, nota-se a falta de liquidez das empresas, há menos encomendas e os preços dos moldes são mais baixos. Por outro lado, o apoio bancário é algo incerto. Ora, isto, em conjunto pode ser problemático para as empresas”, afirma, considerando que, “para ultrapassar tal situação, é preciso definir estratégias de ação claras que têm de passar, sempre, por colocar as pessoas como primeiro foco”.


Valdemiro Teixeira acrescenta que a sustentabilidade é, atualmente, uma questão já valorizada por muitos clientes. “Alguns já pedem a visão da empresa, a médio prazo, no que diz respeito à sustentabilidade, e fazem-no antes de decidir avançar com o negócio”, conta, salientando que “isto significa que, se neste momento já é assim, no futuro vai ser cada vez mais e as empresas têm de estar preparadas para isto”. No seu entender, “é fundamental acrescentar ao desafio ‘reduzir custos, rentabilizar investimentos, sem perder clientes e vendas’ a questão da sustentabilidade das empresas”.


Acrescenta que “o preço de cada molde melhora quando se vende um bom produto”. Mas, adverte, “para além do bom produto, é fulcral uma boa comunicação e um serviço pós-venda que garanta a confiança”.