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Tecnijusta: Otimizar pequenos procedimentos para ganhar no processo

28 Setembro 2021

Antes de chegar à máquina, qualquer processo de otimização, para ter sucesso “tem de passar pela formação das pessoas”. Quem o defende é Bruno Mendes, responsável pelas maquinações da Tecnijusta.


No seu entendimento, é fulcral sensibilizar cada trabalhador para “a importância dos pequenos procedimentos diários que nos permitirão ganhar mais à frente no processo”. Como exemplo, aponta a “auto-verificação, o controlo”. Ou seja, “se soubermos que a peça saiu da máquina em condições, sabemos que quando chegar à bancada está em condições”. Por isso, defende que “cinco minutos de verificação sistemática, significam horas no final do processo”.


E é por esta razão que considera de extrema importância a necessidade “ter um bom ambiente de trabalho, onde as pessoas se sintam bem e motivadas para integrar o processo, dando atenção a cada pormenor”.


Bruno Mendes acrescenta ainda que, hoje, “já há ferramentas, a nível de software, que podem fazer essas verificações, mas se não partir do operador, não adianta”. Com isto, “conseguimos alcançar o objetivo que é chegar a um processo de fabrico fluido, porque foi feito e confirmado e passado ao operador seguinte”.


E o processo é fluído, no seu entender, quando “se consegue retirar rentabilidade e otimização, a nível de ferramentas e de processos”. Para isso, um dos passos é “elencar o número de horas para tudo o que se faça”.


Com isso, “conseguimos ter melhor perceção do trabalho que temos na empresa e onde podemos derrapar, mas também temos maior controlo, conseguindo sempre uma margem de manobra para os imprevistos”, explica, sublinhando que a partir daí, “encadeamos e colocamos no processo fluido, e sabemos se é viável executar esse processo no número de horas útil. Caso não seja possível, temos de começar a avançar com planos A, B ou C: ir buscar trabalho ao exterior, desfasamento de horário, o que for possível”. Implementar este sistema, admite, “não foi fácil inicialmente”. Mas hoje, “é uma questão de rotina”.


Este controlo horário é uma regra que nasceu da experiência do administrador, Pedro Mateus. “Sempre trabalhei com um objetivo. E aprendi a trabalhar à hora, apesar dos ‘plannings’ semanais. Uma semana tem muitas horas. Há máquinas que podem trabalhar fora de horas e, por isso, temos toda a vantagem em fazer esse controlo à hora”, explica.



Máquinas

Assegurado este procedimento, é tempo, então, de avançar para as máquinas, adianta Bruno Mendes. E aí a experiência é fulcral. “Temos de ter conhecimento do molde, em detalhe, de forma a saber quais as zonas onde nos vamos debruçar um bocadinho mais e as outras onde não é necessário esse excesso de zelo. Porque isso vai ter reflexos na montagem. E poupa-se tempo”, salienta.


“E quando o molde chega às máquinas, chega da forma que, em equipa, achamos ser o mais correto”, acrescenta. Esta otimização permite projetar o trabalho de forma mais vantajosa, definindo, por exemplo, quais as máquinas que irão trabalhar 24 horas. Essa organização do trabalho, que fica assim dividido entre tarefas com operador e tarefas só de máquina, “permite ganhar tempo e, com isso, ganhar rentabilidade”, explica Pedro Mateus. Dessa forma, a empresa consegue ser mais competitiva em períodos como o que a indústria vive atualmente, com os preços a serem “cada vez mais esmagados pelos clientes”.


“Estou convencido de que quem não conseguir trabalhar desta maneira terá tendência a desaparecer do mercado”, considera Pedro Mateus, defendendo que a ‘chave’ é a organização do trabalho. Lembra que “há outros países com mão de obra barata e que têm possibilidade de adquirir tecnologias e matéria-prima” e, por isso, “a nossa diferença tem de ser nesta sistematização do processo”. E isso deixa a empresa preparada para avançar para o passo seguinte da otimização que, explica Bruno Mendes, é a robotização.


Pedro Mateus admite que é fundamental, mas, no caso da sua empresa, é uma opção que necessita de ser bem ponderada, uma vez que “todos os dias, trabalhamos diferentes tipologias de moldes, de várias dimensões”. Estas tecnologias, considera, “representam um investimento avultado e que tem de ser rentabilizado”. “Sabemos que é o futuro, mas vamos adotá-lo como um investimento feito aos poucos, de forma gradual”, diz. Bruno Mendes considera que à medida que a empresa vai evoluindo nos processos, a abertura para a robotização vai ficando mais preparada. “Temos a estrutura feita, na empresa, para um dia colocar isso em prática: as máquinas estão a evoluir, os softwares também”, conclui.





Texto: Helena Silva

Publicação: Revista TECH-i9 (2021)