Plataforma de Fornecedores

Selecione um produto / serviço

Publicidade

Omolde > Notícias > Automação é o garante de sobrevivência das empresas (o caso da MD Group)

Empresas

Automação é o garante de sobrevivência das empresas (o caso da MD Group)

07 Outubro 2021

Os prazos para cada molde são cada vez mais curtos. Otimizar é a solução. Esta é uma certeza que têm os fabricantes de moldes. O caminho passa por incrementar os processos recorrendo a células colaborativas, automatização, robotização e, eventualmente, até Inteligência Artificial. Para João Vigário, da MD Group, “já nem se trata de uma opção: é um ato de sobrevivência”.


“Não vamos conseguir competir se insistirmos em manter postos de trabalho pouco especializados porque temos máquinas muito mais capazes do que nós, humanos, para executar as tarefas repetitivas. Fazem-no sem se cansar, eliminando erros e falhas, por isso, ao Homem estão reservadas tarefas mais especializadas”, defende.


No seu entender, a nova geração que entra agora na indústria já tem esta convicção. Está familiarizada com a linguagem informática, as tecnologias e, por isso, será muito útil no desenvolvimento de soluções digitais para os processos produtivos.


João Vigário conta que o grupo empresarial a que pertence, que acaba de mudar para novas instalações, apostará sistematicamente na digitalização, num contacto de maior proximidade com os fornecedores de equipamentos e serviços, sejam máquinas ou softwares, no sentido de, em conjunto, encontrarem soluções que permitam desenvolver a otimização. “Em conjunto, estamos a tentar perceber como aumentar a nossa eficiência”, afirma, considerando que estas parcerias são “fundamentais para a empresa evoluir”. Para além disso, o know-how dos colaboradores é também “uma das maiores mais-valias que temos e não podemos de modo algum desperdiçar”, adianta.


No seu entender, conjugando estes dois fatores, será possível ter pessoas a comandar processos e máquinas a funcionar sozinhas, sem parar. E nesta meta entra um outro conceito fundamental para o sucesso: a standardização dos processos.


A título de exemplo, a forma como alimentamos as máquinas tem de ser igual em todas. Temos de standardizar desde as mesas de fixação, às ferramentas que utilizamos, reduzindo ao máximo variabilidades. A estratégia de maquinação e todo processo CAD/CAM é outro exemplo de oportunidades na standardização de processos e com ganhos consideráveis.


“Há uma panóplia de áreas em que estamos a trabalhar. E estamos também a apostar nas equipas certas para disseminar esses processos por toda a empresa”, salienta.


Um dos passos é a agregação dos departamentos, como as engenharias, as operações e a qualidade para, em conjunto, definirem e afinarem as melhores soluções, logo desde a orçamentação/projeto até à industrialização. E os objetivos temporais, enfatiza, será “melhorar todos os dias: temos de dar os passos, aprender com os erros, trabalhar com os stakeholders, e avançar na melhoria contínua”.



Mudança
João Vigário lembra que, nas últimas duas ou três décadas, em termos organizacionais, as empresas introduziram algumas alterações, mas não mudanças radicais. Contudo, estas são, no seu entender, necessárias, enfatizando que é preciso trabalhar mais na otimização. Ou seja, “temos de ‘partir o elefante às fatias’, romper com os dogmas, porque cada molde pode ser único e irrepetível, mas há muitos passos no processo de fabrico que podem e devem ser standardizados”.


A mudança passa, sobretudo, por alterar ainda algumas mentalidades. “É preciso olhar para os processos, esquecer como se fazia há 20 ou 30 anos, e avançar para novas formas de fazer”, sustenta.


Para caminhar nesse sentido é necessário que toda a cadeia de valor seja rotineiramente mapeada, avaliada e corrigida sistematicamente, num ciclo de melhoria contínua. Estes ciclos rotineiros de melhoria andarão sempre a duas velocidades: uma que será a gestão diária dos desvios aos standards e a outra, mais estruturante, será a definição e implementação de projetos de melhoria de curto, médio e longo prazo.


A MD Group tem, atualmente, uma célula de erosão. João Vigário sublinha que é uma aposta de um conjunto de outras, que se seguirão, de forma a aumentar a automatização em várias áreas.


“Queremos ter robots a dar às máquinas aquilo que têm de fazer, e mudar de umas para as outras, de forma sequencial. É possível avançar por aí e ter células que consigam fazer isso”, explica. Nesse sentido, o investimento será feito de forma gradual nessas tecnologias.


Um aspeto é, no seu entender, imprescindível: “temos de olhar sempre para a cadeia de valor e perceber de forma holística onde estão as prioridades e atuar cirurgicamente: não podemos ter máquinas das quais não retiramos rendimento”. Com a aposta nesta mudança, sustenta, o grupo ganhará competitividade. “Seremos mais rápidos, mas também conseguiremos fazer melhor e com custos mais baixos”, considera.





Texto: Helena Silva

Publicação: Revista TECH-i9 (2021)