
Jornada Tecnológica DIH4Global Automotive: Conectar a Indústria e a Inovação
O projeto DIH4Global Automotive, em parceria com a Cefamol, v (...)
16 Outubro 2025
08 Outubro 2021
Adaptar as condições de um ensaio aquilo que é a ‘casa’ do cliente é, para João Ricardo Francisco, da Teste, um dos passos cruciais para garantir fidelidade a este processo. Isto implica, no seu entender, “simular as características das máquinas que o cliente final tem”.
Mas tal nem sempre é fácil de fazer. “Para nós, é difícil porque a indústria de moldes trabalha com muitos sectores diferentes, cada um com as suas especificidades. Na indústria automóvel, por exemplo, há uma variedade enorme de componentes, o que nos obriga a ter uma panóplia muito grande de equipamentos para por à disposição dos nossos clientes”, explica.
Não se refere a máquinas (de injeção), mas sim a acessórios para as máquinas. “Temos de ter as máquinas, muitas vezes, carregadas de acessórios: sejam hidráulicos, sejam pneumáticos, mas sobretudo de pequenos periféricos. Estes são, cada vez mais, uma aposta das indústrias finais e temos de estar a par dessas tecnologias”, sublinha.
João Ricardo Francisco enfatiza que a otimização de todo este processo é tanto maior quanto o for o conhecimento das condições do cliente final. “Antigamente, quando começámos esta atividade, havia muito pouco conhecimento do cliente final. Hoje, sabemos para que área especifica o molde é feito. Somos informados antes do teste qual a máquina que o cliente tem”, relata, contando que os fabricantes de moldes já têm a perceção de que é fundamental que o teste seja feito numa máquina semelhante à do cliente. Ora, este ‘conhecer’ o molde antes dele chegar à máquina onde vai ser testado, possibilita que toda essa operação seja agilizada e sistematizada. Mas o mais importante, no final, é a qualidade da peça.
João Ricardo Francisco conta que, na sua empresa, o processo da avaliação da peça “passa sempre pelos técnicos e especialistas”, grande parte das vezes, oriundos da empresa do cliente final. “Com a pandemia de Covid-19, essas visitas deixaram de acontecer e passamos a adaptar o nosso procedimento ao suporte de várias tecnologias para visualização da peça com o máximo de pormenores, de forma a passar essa informação ao cliente final”, explica, contando que algumas destas tecnologias foram adquiridas pela sua empresa já na fase da pandemia, de forma a melhorar a informação sobre a peça que é enviada. Ou seja, a empresa está agora equipada com “uma resposta mais completa” e, mesmo que as visitas dos clientes regressem, “vamos manter sempre esta possibilidade porque facilita o processo de comunicação”, diz, frisando que é aplicável para os testes ou as pequenas séries. É que, com a redução do número de moldes para ensaiar, a empresa tem feito parcerias com clientes, muitos deles portugueses, para produzir peças plásticas.
Equipamentos
Para João Ricardo Francisco, os equipamentos que necessitam nem sempre são fáceis de encontrar. “Muitas vezes, são equipamentos e softwares que estão no mercado, mas aos quais temos de fazer alterações para servir melhor o cliente final”, conta. E nesta fase, a rapidez é crucial. “Essas alterações têm de ser feitas com a maior rapidez possível, de forma a proceder a alterações que nos permitam conseguir chegar ao equipamento que o cliente tem”.
E onde entra a robotização? “A robotização entra no cliente final. Por isso, ele quer ter a certeza que, quando o molde sai do fabricante, está totalmente afinado, à prova de erro, para quando entrar na fabricação, ser montado juntamente com os componentes no menor tempo possível”, explica, reforçando que “a robotização é uma fase que o cliente final tem e nós temos de preparar e adaptar, de forma a acautelar todos esses trabalhos e dar a garantia que o cliente só tem de chegar à sua máquina, montar e carregar num botão”.
A evolução, considera, “passa por sermos cada vez mais rápidos e eficientes e ter um conhecimento cada vez mais profundo daquilo que o cliente precisa”. Por isso, a empresa tem apostado em tecnologias de simulação e outras, bem como no aperfeiçoamento do conhecimento de novas ligas plásticas. “Temos de conseguir adaptar-nos. As coisas estão a evoluir a uma velocidade enorme e se não acompanhamos esta evolução, ficamos para trás. Mas queremos estar sempre à frente e atualizados”, conclui.
Texto: Helena Silva
Publicação: Revista Molde (2021)