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30 Outubro 2025
13 Setembro 2021
A Europa enfrenta atualmente importantes desafios energéticos, e a sociedade procura ativamente alternativas ao atual modelo energético. Alternativas menos dependentes de combustíveis fósseis, que promovam a eficiência e suficiência energética e que, dessa forma, mitiguem as alterações climáticas.
  
Face ao atual estado de emergência climático, estão a ser desenhadas e implementadas estratégias e planos de ação em todo o mundo, por forma a promover a descarbonização de todos os sectores da economia global. O maior objetivo é limitar o aquecimento global até 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, condição necessária para evitar consequências devastadoras e impactos irreversíveis para as sociedades, meio ambiente e economia.
  
Portugal, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu (também conhecido como Green Deal), comprometeu-se a assegurar a neutralidade das suas emissões até ao final de 2050, tendo desenvolvido uma estratégia com vista à descarbonização profunda da economia nacional. A referida estratégia de desenvolvimento a longo prazo, consolidada no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), identifica os principais vetores de descarbonização, e linhas de atuação para os diversos sectores da economia, por forma a promover uma sociedade neutra em carbono em 2050.
  
No RNC 2050, o sector da indústria merece uma atenção muito especial, dado que as emissões da indústria representaram, em 2015, cerca de 19% das emissões nacionais, das quais 62% associadas a queima de combustíveis fósseis e 38% a emissões de processo.
  
A indústria nacional é, por isso, um dos sectores com metas mais ambiciosas e, ao mesmo tempo, aquele que enfrenta os maiores desafios, dado o ainda limitado leque de opções tecnológicas que permitem reduzir as emissões, em particular as relativas a processos industriais.
  
É também, porém, um sector muito proativo na adoção de tecnologias inovadoras que potenciem a redução dos custos operacionais, nomeadamente pela via da redução do consumo energético. Esta postura de abertura à inovação, aliada a um sistema de I&D igualmente empreendedor, cria um cenário propício para acelerarmos a transição para a sustentabilidade.
  
  
ENERGIA TÉRMICA PESA MUITO NA BALANÇA ENERGÉTICA INDUSTRIAL
Na estratégia portuguesa são apontados aqueles que, como seria expectável, se constituirão como principais drivers de descarbonização do sector:
  
• Eficiência energética e de recursos;
• Eletrificação;
• Solar térmico e biomassa;
• Inovação e novos modelos de negócio (ex. biorefinarias);
• Simbioses industriais e reaproveitamento de recursos;
• Captura e armazenamento de carbono.
  
Face ao exposto, e dada a preponderância do consumo de energia térmica na industria e emissões associadas, é fundamental que o desenvolvimento das estratégias de descarbonização tenha um enfoque na geração, distribuição e utilização de calor de processo.
  
O calor industrial – calor de processo - representa dois terços de consumo de energia final no sector industrial e quase um quinto do consumo global de energia, sendo responsável pela maioria das emissões diretas de CO2, uma vez que a grande maioria do calor industrial tem como origem a combustão de combustíveis fósseis.
  
É, por isso, imprescindível otimizar e racionalizar a utilização da energia térmica nos processos térmicos, promover a eletrificação dos processos térmicos (sempre que viável), e fomentar a geração de energia térmica via fontes de energias renováveis (nomeadamente solar térmico e biomassa) ou a utilização de combustíveis de baixo carbono.
  
Paralelamente, e no âmbito da promoção da eficiência agregada de recursos e da transição para uma economia circular, a estratégia portuguesa sublinha também - e bem - a importância da aplicação de tecnologias inovadoras de recuperação de calor residual, armazenamento de energia térmica e otimização da gestão dos fluxos de energia térmica.