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A corticeira Amorim, em colaboração com a empresa de design Grandesign (do grupo Vangest, com sede na Marinha Grande), está a transformar a arte da retirada da cortiça com recurso a uma inovadora ferramenta, desenvolvida através de fabrico aditivo. O equipamento, para além de melhorar as condições de trabalho a quem opera na retirada da cortiça, permite que, embora com pouco conhecimento, seja possível desenvolver essa tarefa. Tal, permite assegurar resposta a um dos maiores desafios que se coloca atualmente ao sector da cortiça: a escassez de mão-de-obra.
Hugo Alves, da Amorim Florestal, conta que todo este processo teve início com a empresa a desenvolver um projeto, internamente, com o objetivo de modernizar o processo de descortiçamento: a tradicional arte de extrair a casca do sobreiro, a cortiça. Este trabalho, realizado há séculos por profissionais altamente especializados e com recurso a machados, enfrenta atualmente grandes desafios devido à escassez de mão-de-obra qualificada, salienta. Para solucionar esta problemática, a Amorim procurou parceiros no mercado e encontrou na Grandesign o aliado ideal para desenvolver uma ferramenta inovadora e eficiente.
A extração da cortiça é um processo meticuloso que exige precisão para não danificar os sobreiros, explica Hugo Alves. A nova ferramenta, uma pequena motosserra equipada com tecnologia de sensorização, consegue ‘distinguir’ a cortiça do tronco do sobreiro, permitindo uma extração segura e eficiente, mesmo para operadores com menos experiência. Esta inovação visa facilitar o trabalho dos corticeiros, reduzindo a exigência física e o risco de erro que, no caso dos sobreiros, pode revelar-se fatal para a árvore. Mas esta é, apenas, parte da inovação que esta ferramenta concentra.
Desde 2021, a parceria entre a Amorim e a Grandesign focou-se no desenvolvimento e aperfeiçoamento do equipamento. Foram criados alguns protótipos, cada um com melhorias significativas. Jorge Inácio e Joana Gomes (designers), da equipa da empresa marinhense, explicam que a atual ferramenta não só é mais leve e ergonómica, como também inclui uma distribuição do peso entre a motosserra e uma mochila que o trabalhador carrega às costas, na qual estão alojados o óleo e a bateria, uma solução essencial para cumprir as regulamentações de segurança contra incêndios florestais.
FABRICO ADITIVO
A tecnologia de sensorização integrada nesta motosserra permite uma extração precisa da cortiça, salvaguardando a saúde do sobreiro, que demora cerca de oito a nove anos a regenerar a cortiça. A Grandesign focou-se, não só no desempenho técnico, como também na facilidade de manutenção e limpeza da ferramenta, garantindo que esta seja prática e durável para o uso diário.
Atualmente, a ferramenta está a ser fabricada por fabrico aditivo, com planos para, no futuro, poder vir a evoluir para o fabrico de moldes e produção em massa, caso a procura o justifique.
Desde o início da produção, em pequenas séries, foram já fabricados mais de 200 equipamentos, refere a equipa da Grandesign que continua a implementar melhorias, assegurando que a pequena motosserra dê a melhor resposta às necessidades dos corticeiros.
A colaboração entre a Amorim e a Grandesign (e um outro parceiro responsável pelas soluções elétricas) representa um avanço significativo na indústria da cortiça, combinando tradição com inovação tecnológica, de forma a preservar a arte do descortiçamento, mas assegurando a sustentabilidade dos sobreiros. A ferramenta desenvolvida combina ergonomia, tecnologia de ponta e um profundo respeito pelo meio ambiente.
[fotos: cortesia da Grandesign]