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José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), não pretende causar alarme, contudo, tão-pouco esconde preocupação ante a quebra de exportações de componentes automóveis, no primeiro semestre, levando algumas empresas a ponderar o recurso ao lay-off.
«As informações que temos é que provavelmente haverá a necessidade de reduzir algumas equipas, fazer alguma alteração de turnos, de planeamento de produção, e, nalguns casos mais graves, poderá ter de haver uma contração mais significativa dos recursos humanos, com recurso a alguns instrumentos. Algumas empresas já manifestaram interesse em recorrer ao lay-off, mas não temos números, são só conversas», adiantou José Couto.
Resultante do abrandamento da economia global, as exportações nacionais caíram 3,8 % em junho, em termos homólogos, continuando o ritmo de decréscimo do mês anterior e contribuindo para o recuo de 0,9 % no primeiro semestre. Estes resultados comprometem as expectativas do novo ano de crescimento da produção e vendas ao exterior. «Quanto à nossa expectativa de crescimento – débil ou muito menor [do que o ano passado] –, esta semana fizemos uma revisão, segundo o nosso modelo, e constatamos que provavelmente não vamos crescer este ano», constatou José Couto.
O presidente da AFIA ainda refletiu sobre o anúncio do Governo a respeito do pacote de relançamento da economia, estranhando a ausência de medidas para um sector tão relevante no panorama exportador nacional, representando ainda mais de 60 mil postos de trabalho, 5,5 % do PIB e 15 mil milhões de euros de faturação. «Vale a pena ter em conta como é que havemos de incrementar a produtividade nestas empresas, mas também perceber que este sector tem uma produtividade claramente acima da indústria transformadora. Só podemos exportar se formos competitivos e essa capacidade está muito nas nossas empresas», defende.
«Quanto à nossa expectativa de crescimento – débil ou muito menor [do que o ano passado] –, fizemos uma revisão, segundo o nosso modelo, e constatamos que provavelmente não vamos crescer este ano». «[N]ão temos ainda os dados todos do comportamento da Europa”, as expectativas não são as mais animadoras. Face à quebra no resto da Europa, “só com um milagre no segundo semestre é que conseguiremos crescer», concluiu.
Esta notícia foi avançada pelo Jornal Económico »»»
Foto: Unsplash