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A aposta das empresas na inovação teve como resultado a aceleração dos processos, introduzindo soluções como a digitalização, a inteligência artificial ou a automação, entre outros. Mas para que estes se articulem e alcancem resultados, é fundamental a presença das pessoas.
Esta é, em síntese, a visão de Valdemiro Teixeira, da Moldoeste, sobre o papel das pessoas na inovação.
“As máquinas não trabalham sozinhas, não criam, por isso é preciso pessoas que entendam a linguagem e tirem partido das tecnologias”, afirma. A velocidade da mudança é, na sua ótica, cada vez maior. Por isso, o papel das pessoas é cada vez mais importante. E a fórmula para que uma empresa consiga conciliar as duas coisas é “a aposta na comunicação”.
Para Valdemiro Teixeira, é imprescindível que pessoas e tecnologias se articulem, de forma a assegurar uma comunicação permanente, que permita alimentar os processos e motivar as equipas. Desta forma, as pessoas sentem-se constantemente desafiadas a pensar em novas formas, novas ideias e novas possibilidade. Isto permite que “as pessoas estejam mais bem preparadas para abraçar novas funções sempre que necessário”.
Hoje, explica, as empresas olham para as equipas de uma forma mais abrangente, constatando a importância da multidisciplinaridade. Exemplifica: “Ter um psicólogo numa das equipas? Claro que sim. Não porque seja imprescindível a nível tecnológico, mas porque está em condições de ajudar esta comunicação que se quer mais transversal numa equipa”.
E esta forma de olhar para as pessoas é, na sua perspetiva, fundamental para a evolução de uma empresa. Até porque, recorda, as organizações são constituídas por várias gerações de profissionais. E é preciso conseguir conciliar as suas formas de ser e fazê-los caminhar no mesmo sentido e com o mesmo objetivo, apesar das diferenças.
“É fundamental conseguir que o conhecimento empírico e o saber da escolaridade se articulem e se complementem”, defende, considerando que as empresas têm de conseguir reunir, nas mesmas equipas, profissionais mais antigos e jovens acabados de entrar na indústria.
Como exemplo, refere que a empresa introduziu o método ‘Kaizen’ (processo de melhoria contínua) que, entre outras questões, têm permitido essa interligação entre gerações. Com isso, afirma, “aceleramos a integração, não apenas de quem chega, mas também de quem já cá está”.
Valdemiro Teixeira (Moldoeste)
Para Valdemiro Teixeira, é fundamental que as empresas apostem em estratégias de acompanhamento eficazes para os jovens que entram na indústria, sob pena de os perder para outros sectores.
Há uma nova mentalidade que, no seu entender, tem de ser compreendida. “Os jovens têm muita pressa e muita dificuldade em esperar por resultados. É preciso ter isto presente e saber ir ao encontro das suas expectativas”, explica, considerando que isso só se consegue se houver uma atenção permanente sobre o jovem, de forma a acompanhar a sua evolução. “Se temos jovens na organização e eles passam a mensagem da sua satisfação, a empresa torna-se automaticamente atrativa. Se se passar o contrário, não só não atraímos, mas perdemos esses jovens. Por isso, temos de estar muito atentos”, diz.
Por isso, defende como muito relevante um departamento de Gestão de Pessoas que funcione em articulação estreita com a administração das empresas. Funcionando desta forma articulada, não tem dúvidas de que todos vão contribuindo para o sucesso da empresa, pensando e apontando novos caminhos e soluções.
No caso da Moldoeste, considera que, para já, não está equacionada a possibilidade de criar um departamento (ou equipa) dedicado exclusivamente ao I&D por tal ser redutor. A velocidade das mudanças obriga que todos os departamentos sejam agentes de I&D e participem ativamente no processo de inovação e criação de novas soluções. E isso ajuda a responder ao maior desafio, que considera ser “fazer com que as pessoas estejam com gosto na empresa”.
No que diz respeito ao recrutamento de novos profissionais, explica que a empresa tem conseguido atrair muitos jovens com formação superior que, após a entrada, são formados nos seus processos internos. “A nossa formação é feita na empresa. Integramos pessoas pelo seu valor e depois formamo-las cá dentro”, conta, adiantando que a empresa tem ligação estreita com escolas profissionais e de ensino superior, como o Politécnico de Leiria, com o qual participa, há vários anos, no programa de patrocínio de bolsas de estudo, ‘+Indústria’.