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A indústria tem sido marcada por mudanças profundas, mas sem grandes sobressaltos. Este processo tem sido fruto de uma evolução contínua, mas não de disrupção.
É desta forma que Luís Febra, do Grupo SOCEM, tem acompanhado a história da indústria de moldes. Exemplificando com a sua empresa, refere que esta foi crescendo progressivamente, inovando conceitos e processos, com avanços e recuos, fazendo ajustes e alterações. Tem sido, portanto, um processo evolutivo.
E para o futuro, seja da empresa, seja do sector, Luís Febra acredita que a evolução é o caminho.
A indústria de moldes, salienta, “foi, até, dos primeiros a dar passos na inovação”. Mas isso, no seu entender, não significa que tenha sido disruptivo. Foi construindo o seu progresso de forma encadeada e progressiva, com o objetivo de ganhar competitividade.
E este objetivo – o que almejam todas as empresas – tem hoje um desafio que é, para Luís Febra, diferente e mais complexo do que foi, no passado, o da tecnologia: a indústria tem de vencer o desafio da atratividade. A competitividade das empresas está intrinsecamente ligada com o seu capital humano. “As tecnologias são importantes, mas há sempre forma de as comprar”, defende, considerando que o mais complexo é “conseguir atrair pessoas”.
Há, no seu ponto de vista, diversas razões a contribuir para isso. Por um lado, o decréscimo da população e, por outro, o apelo de outros sectores, que se afiguram como mais atrativos para os jovens. “Temos tentado fazer um trabalho: lendo o problema e organizando-nos de forma a vencê-lo, mas é um percurso que todas as empresas têm de fazer para assegurar o seu futuro”, diz.
As organizações têm de tornar-se apelativas à nova geração. E esta mudança está, sobretudo, nas mãos de quem lidera. “É preciso que as pessoas exerçam cargos de liderança de forma a haver evolução considerável nas estruturas para conseguir atrair os jovens. O mundo muda imenso. É importante perceber a forma como os jovens pensam e esquecer o fosso geracional.
Convém não esquecer que os jovens que eram tidos como incapazes há 30 anos estão hoje a liderar o mundo”, afirma, exortando o sector a “pensar no modelo e na forma a conseguir cativar e reter jovens”.
No caso da sua empresa, revela, “temos procurado fazer esse caminho. Criámos um programa para a área das lideranças e de valorização das pessoas. Em 2000 acabámos com a designação Recursos Humanos no nosso grupo e passámos a ter Gestão de Pessoas. Estamos a pensar na evolução e passar para o nível, Desenvolvimento Humano (DH) porque a prioridade é uma aposta forte no desenvolvimento do indivíduo na organização”.
A empresa, conta ainda, “está focada a admitir pessoas pelo carácter e não apenas pelo nível de conhecimento. O carácter da pessoa é um fator-chave nas empresas”.
Esta é, portanto, uma mudança assente na mentalidade de quem gere as empresas. “As empresas têm de passar a definir que a Pessoa está em primeiro lugar e, a partir daí, acompanhar esta prioridade pela mudança no modelo organizacional”, explica, adiantando ser isso que o Grupo SOCEM está a fazer neste momento.
É que, lembra, “as organizações precisam de ‘sangue novo’ para fazer face aos novos desafios que têm pela frente”. A figura do ‘patrão’ tem de ser posta de parte e, no seu lugar, colocar o espírito de equipa, ou seja, a descentralização do poder. “A curva de envelhecimento é tanto menor quanto as empresas se preocuparem com o desenvolvimento das suas pessoas”, sublinha.
E as pessoas nas empresas, mais do que funções, têm de ter responsabilidade e a possibilidade de contribuir. “Este movimento de mudança devia ser à escala nacional. Ainda estamos longe disso, mas temos de começar a trabalhar o mais rápido possível para conseguir inverter o que se está a passar que é a falta de pessoas para as organizações”, defende. “Estamos na era das Pessoas”, sublinha.
E seja nesta questão ou noutras, as empresas de moldes avançariam mais e melhor se houvesse maior colaboração, sustenta Luís Febra. Exemplifica com o caso da inovação. “Cresci com os empresários a falarem abertamente sobre os seus negócios e os equipamentos que adquiriam. Chegavam a unir-se para comprar máquinas e até para negociar projetos. Através desta união, tinham um espírito crítico e assim a indústria cresceu”, conta, considerando que só dessa forma, em cooperação, o sector conseguirá ultrapassar os imensos desafios que hoje se colocam.