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Rumo à produtividade e eficiência da indústria de moldes
Hoje e cada vez mais, na indústria de moldes, há uma necessidade crescente de metodologias e ferramentas estratégicas para incrementar a eficiência, rentabilidade e competitividade dos processos produtivos das empresas, face a um mercado claramente globalizado e concorrencial, com enormes exigências ao nível da qualidade dos produtos, prazos de entrega e otimização de recursos – com o menor dispêndio de tempo e custos.
É necessário encontrar as soluções mais adequadas aos requisitos deste sector e, em particular, de cada empresa – de pouco serve implementar sistemas genéricos que não se ajustem especificamente às características singulares deste mundo industrial, pois certamente as expectativas serão muito elevadas e os resultados provavelmente pouco animadores.
O QUE É O 5S LEAN?
O 5S um método Lean e uma das fundações do Kaizen, que consiste em cinco passos consecutivos que promovem a produtividade e eficiência dos processos produtivos.
A metodologia a 5S Lean é uma metodologia ou filosofia de trabalho de origem japonesa, sendo constituída por cinco pilares estratégicos, nomeadamente:
Esta metodologia de trabalho foi implementada inicialmente na Toyota, nos anos 60, e disseminou-se de forma generalizada em virtude das melhoria de eficiência verificadas em toda a organização.
QUAL O OBJETIVO DO 5S LEAN?
Cada um dos pilares atrás referenciados tem um objetivo específico, visando:
• organizar o trabalho de forma a minimizar os desperdícios;
• assegurar que todas as áreas de trabalho estão limpas e organizadas;
• aumentar a produtividade;
• melhorar a segurança;
• fornecer a base correta para a implementação de processos de produção otimizados.
Para além das empresas industriais, a sua aplicação também tem sido utilizada em outros tipos de empresas, tais como: empresas de serviços, de manutenção, hospitais, associações, centros educativos, entre outros.
COMO SE APLICA CADA UM DESTES 5S?
Antes de mais, gostaríamos de clarificar que o método 5S é bastante simples de compreender, embora bastante difícil de aplicar - isto porque, é realmente necessária uma mudança da cultura de trabalho dentro da empresa, para que seja possível implementar corretamente esta filosofia, ser sustentável e perdurar no tempo.
Em seguida, iremos apresentar como cada um destes pilares é aplicado na empresa:
Seiri = eliminar objetos inúteis no local de trabalho
Certamente, já se deu conta várias vezes de áreas de trabalho que se encontram sobrecarregadas com objetos desnecessários, nomeadamente:
• ferramentas;
• máquinas;
• equipamentos;
• documentos;
• peças.
Geralmente, guardamos estes objetos porque acreditamos que um dia poderão ser-nos úteis. No entanto, esta situação leva-nos a acumular objetos, que acabam por impactar (negativamente) o nosso trabalho diário. Se multiplicarmos esta situação por cada posto de trabalho, chegaremos à conclusão que existe uma acumulação de resíduos desnecessários, o que leva a custos mais elevados no processo de produção.
Seiton = ordenar os objetos úteis
O segundo "S" diz respeito ao segundo passo: uma vez eliminados os elementos inúteis, há que ordenar de determinada maneira cada um dos objetos de trabalho, especificamente:
• ordenar;
• localizar;
• identificar.
O objetivo é que cada um destes elementos possa ser facilmente encontrado por quem quer que deles necessite.
Desta forma, será possível obter os seguintes resultados:
• poupar tempo na pesquisa;
• minimizar ou eliminar problemas de qualidade;
• economizar em movimentos desnecessários.
Seiso = limpar
Esta terceira fase consiste em identificar e eliminar qualquer fonte que gere sujidade no local de trabalho, para que este e todos os elementos que o compõem estejam sempre em condições ótimas para uma utilização posterior.
Uma vez efetuada esta limpeza, será necessário assegurarmo-nos de que continuamos a manter uma limpeza preventiva, para evitar danos nos processos a realizar e, assim, evitar que o posto de trabalho se suje novamente.
Seiketsu = standardizar
A quarta fase não constitui uma ação como as três anteriores, mas um estado que é gerado depois de se ter conseguido aplicar as três primeiras fases (Seiri, Seiton e Seiso). Ou seja, em seguida, surge o processo de standardização, criado para estabelecer o hábito de cumprir as 3 primeiras fases.
Shitsuke = disciplina
Este quinto pilar não é diretamente visível, nem mensurável – é uma forma de estar, o foco patente na mente de cada um dos colaboradores da empresa: a disciplina.
É possível medi-la por sensações, observando o comportamento de um colaborador, a sua forma de estar, entre outros. Pode ser definida como algo cultural – uma vez que, a cultura japonesa valoriza a disciplina -, mas também é algo possível de alcançar com a motivação certa.
Texto: Manuel Ángel García Fernández | Diretor Comercial Zona Oeste da Ibermática Indústria
Publicação: Revista Molde 132